As árvores vão se alterando com o decorrer das estações, as copas crescem, as folhas caem. O piso se umedece, floresce e cresce modificando no solo o espaço que o contém, mas também as situações que com ele convivem; nos transmitindo sua temperatura, sua luz, suas sensações e até seu estado de ânimo. Como conseguir essa convivência com o programa habitual de uma casa? É possível esta envolver ao pátio como se fosse algo sagrado? É possível gerar um espaço sem limites?
A partir dessas inquietudes nasceu a ideia da casa Chloé. Então se pendurou o mezanino de três vigas invertidas, deixando com que a residência interaja com o exterior. Assim foi como se fundiram os limites com a paisagem interna, que se constrói a partir de um pátio dinâmico, orgânico e de formalidade sugestiva.
Tentamos ser sutis e cotidianos no uso dos materiais, como meio de expressão. Há uma busca em como estes se unem, se mostram, se retiram ou se expressam de acordo com suas qualidades.
A casa Chloé é muito simples. A planta baixa contêm o espaço público e um pacote de serviços enfatizado na sua dura materialidade. Na planta do segundo pavimento, o espaço privado se resume a um estúdio com um projetor, que foi colocado na laje inclinada, com assentos em desnível. Ao realizar esta operação, o escritório que é mais alto, tem uma relação direta com a sala de estar / jantar e proporciona uma escala adequada ao acesso social.
Superando os limites da casa Chloé gera-se uma rota circular que permite o reconhecimento da totalidade da obra culminando no terraço acessível, um espaço que para nossa forma de ver a arquitetura permite disfrutar de outro local o entorno imediato.